quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Deixe ser, deixe livre.

É estranho agora porque você não tinha um nome, era mais que isso. Havia um emaranhado de idéias e ideais vinculados em suas asas. Apareceu como um sobrevivente de dentes e patas afiados, dentes de um certo alguém que não faria mal a nada, de uma alma doce. Com outro dente e garras próximo foi ferido por aquele que nem gosta de caçar. Um susto pra mim, e fomos apresentados, eu depois de um tombo com joelhos ardendo de dor, vc depois de não haver vôo, sem rabo, sem liberdade.
Começou ali o nosso paradoxo, sua imagem sempre foi, pra mim, a melhor metáfora do amor. Eu teria que cuidar de você, eu tenho medo de quem sabe dominar o ar, eu teria que colocar você em uma jaula, foram algumas horas de decisão. Me sentia responsável por tudo que tinha te acontecido. Chamei alguém e te guardei com muito carinho, um paninho, água e sementes.
Mesmo sem nome a gente se comunicava muito bem, vc cantava, e que canto mais lindo, eu te respeitei, seu rabo foi tomando forma, nada muito sinuoso. E eu conversava com vc todos os dias. Chegou o natal e não poderiam ter havido companhias melhores. Eu, vc e eles. A essa altura seu agressor apenas lhe cheirava pela gaiola a uma distância segura, e a sombra dele já não chorava o desejo de te fazer um brinquedo. Éramos nós, de uma forma diferente, um retrato melancólico do natal.
Uma data foi estabelecida, um pedido foi feito. Não houve pronúncia. A dor era minha companheira e você se foi sem eu dizer o quanto sonhei com o dia em que ti veria voar.
Não pensei vez alguma que vc poderia deixar de viver, e quando suspeitei no domingo meu corpo adormeceu. A loucura que me toma é tamanha que eu me perguntou se realmente te vi sair do pano... Se segunda vc me acordou normalmente com seu canto, e se agorinha eu pedi que esperasse um instante eu resolver uma questão.
Tenho a certeza que não devia ter lhe guardado, se a morte te beijaria tão serena me dói saber que tenha tido uma família da qual não se despediu. Colegas que acompanhavam seu canto que procuraram te ver em várias árvores. É uma lástima saber que eu participei disso que te privou liberdade, disso que te fez infeliz nos dois últimos meses, vc faleceu exatamente no dia 30. Sessenta dias após seu cativeiro.
E agora, com as mãos sujas de terra eu percebo que assim como meu sinal sem resposta em sessenta dias, meu querido passarinho você foi minha metáfora do amor. E que dor terrível eu sinto ao perceber as percas que tive nestes dias e que as más decisões que tomei sepultaram sonhos e liberdade.
Espero que seu espírito livre viva de alguma forma mágica, eu me apego a idéias surreais de negação do óbvio. O amor, passarinho meu caro, pode morrer.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

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Meu querido W.,

Quando se elimina o impossível o que resta, por mais improvável que seja, é a verdade.

S.H.

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domingo, 7 de dezembro de 2014

Just pretending...

Bunny in a bunny suit - Simone White

Pretending to be myself again
Acting as if I was who I am
Wearing the clothes that I always wear
And doing the usual thing to my hair

Pretending to be myself again
Imitating the person I've always been
Legally changing my name to my name
And making believe I'm exactly the same

A Bunny in a bunny suit
Tiger in a tiger mask
Who in the world do you think that I am?
I suppose it depends on who you ask...

Of all the disguises I've ever worn
I flatter myself in the most sincere form
Still I'm kept at a distance by friends
For just pretending to be myself again

A bunny in a bunny suit
Vampire with plastic teeth
Who in the world do I think that I am?
I suppose it depends on who I belive

Simone White: Bunny In A Bunny Suit, Official Vid…: http://youtu.be/4FPiTQHTU3A